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Mostrando postagens de abril 20, 2025

Versos em carne viva

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meu corpo conjuga o verbo do desejo, em passado, presente e futuro, nas flexões da pele ressoa seu beijo, e as línguas se entrelaçam no escuro. na gramática dos seus movimentos,  o delírio é uma regra singular, em seus lábios o gemido se faz oração,  como um verbo de ligação,  conectando meu transbordar. meus seios - uma interrogação febril, são reticências, nos quais respiro e me afogo, eu declino, desço até o seu quadril, onde me perco, me encontro e me jogo... sua boca é metáfora encarnada, seu cheiro é semântica e fonema, você geme no singular,  mas é no plural que o mundo desaba, e nosso prazer se transforma em poema. em suas pernas, o verbo se faz carne, e eu vou engolindo até a última vogal, em seus poros, as pausas já não são vírgulas, são um transe, uma elipse, um ritual. seu gozo é texto sem pontuação, é sagrado, necessário, natural, por isso gritas: não palavras, mas versos em carne viva pois quando enfim, silencias, é o momento do ponto final. sâmara azev...