Versos em carne viva
meu corpo conjuga o verbo do desejo,
em passado, presente e futuro,
nas flexões da pele ressoa seu beijo,
e as línguas se entrelaçam no escuro.
na gramática dos seus movimentos,
o delírio é uma regra singular,
em seus lábios o gemido se faz oração,
como um verbo de ligação,
conectando meu transbordar.
meus seios - uma interrogação febril,
são reticências, nos quais respiro e me afogo,
eu declino, desço até o seu quadril,
onde me perco, me encontro e me jogo...
sua boca é metáfora encarnada,
seu cheiro é semântica e fonema,
você geme no singular,
mas é no plural que o mundo desaba,
e nosso prazer se transforma em poema.
seu cheiro é semântica e fonema,
você geme no singular,
mas é no plural que o mundo desaba,
e nosso prazer se transforma em poema.
em suas pernas, o verbo se faz carne,
e eu vou engolindo até a última vogal,
em seus poros, as pausas já não são vírgulas,
são um transe, uma elipse, um ritual.
e eu vou engolindo até a última vogal,
em seus poros, as pausas já não são vírgulas,
são um transe, uma elipse, um ritual.
seu gozo é texto sem pontuação,
é sagrado, necessário, natural,
por isso gritas:
não palavras, mas versos em carne viva
pois quando enfim, silencias,
é o momento do ponto final.
sâmara azevedo®
Imagem: Pinterest
Ela sabe nos incendiar, ferver
ResponderExcluirvocê geme no plural,
ResponderExcluirmas é no singular que o mundo desaba.
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