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Síndrome de Burnout

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" Para ser forte precisa do que? Levar um tiro??" É desafiador falar de um tema tão invisibilizado e chacoteado pela sociedade. Outro dia, alguém comentou na internet que “burnout era doença de playboy, já que um pedreiro jamais teria tal comorbidade”. Eu fiquei pensando em que lugar um playboy teria burnout. Playboys não trabalham! Pedreiros têm burnout. Pedreiros trabalham pra caralho. Talvez não saibam. Talvez não tenham o direito de falar que têm. São silenciados pelo preconceito, pelo estigma social, pelo capitalismo, pela desumanização.... Qualquer pessoa, de qualquer profissão, pode ter burnout. “A síndrome de Burnout (ou esgotamento profissional) é um transtorno psíquico causado por estresse crônico no ambiente de trabalho, especialmente quando há excesso de demandas, pressão constante e falta de reconhecimento.” (FONTE: MINISTÉRIO DA SAÚDE). A fala de alguém na internet, recheada de escárnio e falta de empatia, revela uma amostra do que sofrem os profissionais com bu...

Além da pele

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te encontrei no refúgio, onde as almas se reconhecem sem dizer, te avistei na carícia invisível da ancestralidade, onde as almas se lembram do que um dia viveram, e o toque sutil de nossos corpos, foi mais que certeza: foi eternidade. nossos passos — marcas de um caminho traçado, no acaso e no tempo, antes de se mover, foi conexão de caminhos, encontro repentino, dois mundos se tocando num só destino, com sede de tudo, com fome de viver. ainda sem nome, sentimos afinidade, como rios que se encontram, mesmo sem roteiros, sentimento oceânico que toma e que assusta, mas não sabem ser metade, só querem ser inteiros. é simbiose que acontece além da pele, como um entrelace pleno das essências, sem pressa, sem promessa, sem distância, corações que batem em compasso único  rompendo barreiras de espaço e tempo, numa fusão de profundidade e aliança.   e assim, as almas dançam em perfeita harmonia, entregues ao fluxo do amor que tudo cura, que tudo transforma, reforma e transcende, um am...

Simbiose 🔞

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alcança-me inteira, incólume, flamejante, sua nudez me faz inocente demônio,  mergulho, me afogo e me afago vibrante, seu íntimo é meu santuário, veja bem: amor tem quatro letras, gozo também. divido-me em numerosos pedaços, te faço provar cada um, com anseio, o gemido se dissipa pelo espaço, gritos, rugidos, sussurros em compasso, pois o amor é um prato  que se come cheio. tudo isso porque é você, tudo isso porque sou eu, te quero com a polidez de um ser indomável, projetado, guarnecido e desejando, que cada átomo do seu corpo seja meu. distância é penitência,  tortura, castigo e punição, são relampejos que se derretem na mão.  desejo é incessante, em constante preto e branco, são cinesias que se desfazem pelo chão. o amor me ronda e cochicha no meu ouvido: o que você sente é tesão, o que você sente é diferente, é paixão... e no meio de clamores e suspiros, eu vejo esse tesão triunfar, eu penso que esse desejo não anula meu poder de amar. nesse átimo acontece a simb...

Gota a gota 🔞

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gota a gota,  te bebo e te desvendo,  como um líquido do oceano a derramar, eu provo do teu mel em desespero,  seu gosto me arrebata por inteiro,  eu sinto seu prazer me deleitar. nas tuas mãos a magia acontece,  meu corpo é regalo, volúpia e apogeu, você dedilha meus cantos, me enrubesce,  e nesse momento eu sou você,  você sou eu. a saudade me aniquila diuturnamente, te ter pouco a pouco não me satisfaz, seu cheiro é meu vício e na medida que te sinto,  eu quero mais. a cada palavra, sussurro ou gemido  eu vou me sentindo parte de você, desaguando na aragem que é meu fim,  e mais uma vez eu leio sua mente,  sinto o que você sente,  e quero você em mim. e gota a gota vou bebendo seu oásis, esperando que seu líquido me invada,  e jorre de você o mais espesso dos desejos,  pois tem algo que enlouqueço quando vejo:  a minha carne toda molhada. sâmara Azevedo®  

Versos em carne viva

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meu corpo conjuga o verbo do desejo, em passado, presente e futuro, nas flexões da pele ressoa seu beijo, e as línguas se entrelaçam no escuro. na gramática dos seus movimentos,  o delírio é uma regra singular, em seus lábios o gemido se faz oração,  como um verbo de ligação,  conectando meu transbordar. meus seios - uma interrogação febril, são reticências, nos quais respiro e me afogo, eu declino, desço até o seu quadril, onde me perco, me encontro e me jogo... sua boca é metáfora encarnada, seu cheiro é semântica e fonema, você geme no singular,  mas é no plural que o mundo desaba, e nosso prazer se transforma em poema. em suas pernas, o verbo se faz carne, e eu vou engolindo até a última vogal, em seus poros, as pausas já não são vírgulas, são um transe, uma elipse, um ritual. seu gozo é texto sem pontuação, é sagrado, necessário, natural, por isso gritas: não palavras, mas versos em carne viva pois quando enfim, silencias, é o momento do ponto final. sâmara azev...

aurora

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das feridas que gritaram em silêncio,  nasceu a súplica da minha liberdade,  onde a dor se desfaz e a força se reinventa, onde a cura transcende toda maldade. o rompimento é cruel, brutal, ainda estou reerguendo o que restou, e a verdade que habita meu querer, sabe que um cristal que foi quebrado, Mesmo depois de colado, jamais voltará a ser. mas veja a aurora! que mesmo após a noite mais densa, surge pintando o céu de novas cores, porque a luz sempre encontrará o seu caminho,  e como a aurora, haverei de levantar,  juntando tiquinho por tiquinho. é no levantar que a força renasce, é no levantar que a tristeza se desfaz, como quem enxerga o sol depois da ilusão, como quem encontra uma paixão audaz, que faz as flores ressurgirem do chão..  e sua ausência que até ontem me dilacerava, hoje já não me sufoca mais... a aurora me ensinou a experiência que fica, a diferença é que o amor que descobri agora, ele floresce, e não suplica. sâmara azevedo® Imagem: André Lima

Incógnito 🔞

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   meu corpo inerte sente falta do seu, e como um felino, no teu colo me alimento, desejo sua boca mais que tudo - meu alívio,  como se nenhuma solução fosse possível, pois o cheiro de sua pele é meu sustento. minha carne reconhece quando você me toca,  porque essa junção inebriante me apetece,  a tua saliva que em minha garganta escorre, entre lábios que se colidem numa dança incólume, me enlouquece. mãos e peles num movimento lânguido, em uma inútil tentativa de lucidez, pois nesse instante para nós nada importa,  ninguém pensa no ardor que esse fogo provoca, quando percebo seu membro em rigidez... ensandecidos, meu ritmo e o seu, por entre minhas pernas meu líquido propala brindamos ao prazer inevitável desse momento, nosso deleite se une ao sentimento, que resvala. você, incógnito, é o meu desafio,  não inteiro, mas intenso - total  me apraz o delírio e a sedução  porque não há nada que me desperte tanto tesão do que duas almas num gozo c...